Falso advogado do PI aplica golpes no MA
Homem conhecido como Júlio Cesar Santana é acusado de se passar por advogado, ganhar causas e levar o dinheiro dos clientes. Na manhã desta quinta-feira, pelo menos 20 pessoas havia ido até a Delegacia da Cidade Operária denunciar o golpe. Segundo o delegado Ednaldo Santos, Júlio não era o nome verdadeiro do falsário. Ele usava o documento de um advogado do Rio de Janeiro, que não sabia do caso, e mais outros dois documentos: um do Piauí e outro do Maranhão.
O falso advogado atuava há mais de um ano. Mantinha um escritório na Avenida Brasil, no bairro Jardim América. Ele aceitava todo tipo de trabalho jurídico. Mexia com direito civil, penal, criminal e outras áreas. Segundo o delegado, o "advogado Júlio" detinha conhecimento de temas jurídicos. "Ele demonstrava ter um bom conhecimento técnico de direito e os seus processos eram todos bem redigidos".
Quando soube que sua farsa foi descoberta, ele fugiu. A suposta mulher dele, identificada pelas vítimas apenas como Rejane, teria feito um limpa no escritório do acusado. Ela levou uma impressora, dois computadores e um ar-condicionado. Segundo as vítimas, Rejane ainda manteve contato por telefone. Mas depois sumiu também.
Os crimes do falsário
Entre os casos defendidos pelo falso advogado, um deles lhe rendeu o pagamento de R$ 60 mil, segundo a polícia. Noutro, era responsável por oito processos. Chegou a receber R$ 2.300,00. Ele também é acusado de atrasar salários de ex-secretárias. Numa terceira grave denúncia, ele convenceu um dos clientes a comprar um carro e lhe dar, garantindo que pagaria as prestações. Mas nunca pagou. "Ele foi muito educado e bom de papo na hora em que se aproximou de mim. Agora ele faz isso com a gente. O banco está me cobrando e eu tenho muito medo", declarou o motorista Sátiro Pereira, de 57 anos. Este foi o mesmo carro utilizado na fuga.
O presidente da Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas do Advogado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA), Carlos Barros, disse que cada caso de lesão a clientes deve ser avaliado individualmente, assim como todo o processo, para que os envolvidos que advogam irregularmente sejam punidos. Em princípio, o falso advogado será indiciado por estelionato e falsidade ideológica.